Ainda vale a pena investir em Tesouro Direto?

Fonte: Pixabay

No mercado de renda fixa, o Tesouro Direto é uma das soluções mais populares depois da poupança, junto com o CDB. O motivo está na variedade de objetivos que esse título permite alcançar, considerando metas como a formação da reserva de emergência e aposentadoria, por exemplo. 

Para fins de rentabilidade, o Tesouro já foi bastante útil para o investidor brasileiro, permitindo ganhos significativos quando a taxa básica de juros ocupava patamares elevados. Entretanto, essa já não é mais uma realidade. A Selic a 2% ao ano exige que o Tesouro Direto seja reavaliado enquanto investimento, considerando os interesses de cada investidor.  

O que é o Tesouro Direto  

O Tesouro Direto é um tipo de título público, ou seja, um recurso do governo federal para arrecadar fundos e financiar projetos. Esses títulos funcionam como uma modalidade de empréstimo, na qual o investidor cede uma quantia ao governo para que ele tenha como arcar com seus compromissos em troca de uma devolução com juros.  

Os rendimentos deste programa dependem dos juros que incidem sobre o empréstimo e podem evoluir de formas diferentes, mas sempre de maneira previsível, o que caracteriza os investimentos de renda fixa.  

Tipos de títulos do Tesouro Direto 

O que o investidor encontra no mercado são modalidades que variam de acordo com a rentabilidade: Tesouro IPCA+, o Tesouro Prefixado e o Tesouro Selic.  

Tesouro IPCA+  

No Tesouro IPCA+ o rendimento está associado à inflação, aferida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse é um investimento tido como híbrido, pois além de evoluir de acordo com o IPCA, o rendimento também é composto por juros com porcentagem definida. Neste caso, o investidor sempre recebe mais que a média da inflação no período, o que costuma garantir o poder de compra do seu dinheiro no longo prazo.  

É possível optar entre títulos com juros semestrais e não semestrais, que se diferenciam pelo fato de o primeiro grupo pagar rendimentos a cada seis meses e o segundo remunerar somente no vencimento do ativo.  

Tesouro Prefixado  

No caso do Tesouro Prefixado, o investidor tem como saber de antemão qual será o percentual de rendimento quando compra o título. Neste caso, não existe um índice de mercado que funciona como referência (como ocorre no IPCA+), havendo somente um percentual prestabelecido.  

Assim, investindo com 5% ao ano, por exemplo, será essa a rentabilidade do investidor durante todo o tempo da aplicação, independentemente do que ocorrer no mercado.  

Tesouro Selic  

A solução mais popular e conservadora neste universo é o Tesouro Selic, título que acompanha a taxa Selic, variando de acordo com as oscilações do índice. Apesar de não apresentar potencial de rentabilidade maior do que as outras duas soluções, costuma ser mais atrativo para objetivos de curto prazo, uma vez que seus prazos são mais curtos e eventuais retiradas antes do vencimento não comprometem significativamente a aplicação. No geral, o Tesouro Selic tende a ser uma boa substituta para a Poupança.  

Como investir em títulos do Tesouro  

A facilidade de acesso é uma das marcas do Tesouro Direto. Para investir, é preciso apenas ter uma conta aberta em uma corretora de valores autorizada e comprar e vender os ativos dentro de sua plataforma de investimentos.  

Assim, toda a movimentação pode ser feita online sem que haja a necessidade de o investidor se dirigir até um banco ou sede da instituição.  

Uma vez autorizada, a corretora disponibiliza os títulos que o Tesouro Direto negocia para que o investidor opte pelo mais interessante e assim atua como intermediária.  

Como saber se vale a pena investir no Tesouro Direto  

A questão é entender que rentabilidade não deve ser o único norte do investidor, principalmente no mercado de renda fixa. Se a prioridade forem os ganhos, existem ativos no mercado que apresentam potencial bem mais elevado de retorno financeiro, como os de renda variável. 

Em termos de segurança, o Tesouro Direto sai na frente em relação à poupança: garante a integralidade do dinheiro investido enquanto a caderneta, por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), só garante ressarcimento de até 250 mil Reais por CPF em caso de quebra da instituição.  

Quando o assunto é liquidez, que é a facilidade que o investidor tem para resgatar seu dinheiro investido, o Tesouro se destaca por apresentar liquidez diária, embora perca para a Poupança neste sentido, já que ela tem liquidez imediata.  

No fim, trata-se de um ativo interessante por ser de baixo risco, boa liquidez e apresentar diferentes formas de rentabilidade, o que faz dele talvez o mais completo dentro do mercado de renda fixa no Brasil.